terça-feira, 10 de setembro de 2013

Não faça do monte um oráculo.

Fiz duas postagens no Facebook dizendo que estaria "indo para o monte", e que teria passado lá a noite toda. Pois bem, muitos irmãos e amigos entenderam o meu senso de humor, e descobriram facilmente sobre qual monte eu me referia. As postagens foram propositais, e serviram como uma "isca" para chamar a atenção para esta. Aqueles que tem convivido comigo nos últimos anos sabem bem a minha opinião sobre orar no monte. Ouve-se de tudo acerca do assunto.
Sinceramente, não vou a montes a anos. Creio que o último foi no princípio de minha fé. Já ouvi e presenciei muita coisa sobre "orar em montes". Gravetos em fogo, "unção do riso", irmãos que caíram em buracos (literalmente), cavalo que assoprou a orelha de um irmão, entre outras. Mas no meio de tanta história, a que mais preocupa é fazer do monte o único lugar onde Deus fala. Tenho vários amigos que tem a prática de orar em montes, e que fique claro que não estou contra nenhum deles. Mas um esclarecimento sempre é bom.
Há aproximadamente 15 anos (meu Deus, como o tempo passa!!!), fazíamos uma campanha na ADIMMREI, pastoreada por meu amigo Pastor Benigno Mariangela Bianchini, em que vários cultos eram realizados no templo, e a campanha era encerrada em um monte na área urbana da cidade. Era como um culto ao "ar livre", com a presença do pastor, ministério, e toda a igreja, com duração aproximada de 02 horas. Eram cultos abençoadissimos. O povo falava com Deus, e Ele falava com o povo. Eram realizadas orações especificas, pelas famílias, autoridades, pela cidade, e de acordo com as necessidades dos presentes e da igreja. Era tudo com muita ordem e decência. Bons tempos aqueles! Mas não é sempre assim.
Observa-se que quase sempre as autoridades eclesiásticas não estão com o povo no monte. Há vários trabalhos no monte sem a supervisão de um pastor ou líder da igreja. É onde mora o perigo. Aprendi que se você vai fazer uma coisa e não tem a bênção de seu pastor, melhor que não faça. Mas e aí, orar no monte chega a ser um pecado? Sou contra ou a favor? Devo ou não devo? Vejamos algumas questões.

1 - Segurança: na minha profissão mesmo já me deparei com diversos irmãos orando em montes e lugares frequentados por traficantes e usuários de drogas. Há casos de irmãos e irmãs atacadas por infratores.

2 - Misticismo: é muito comum as pessoas pararem em pé do monte e orarem antes de subir, pedindo perdão dos pecados, santificando-se diante de um monte de terra, tornando o lugar santo. Sua vida tem que ser santa em toda maneira de viver. Além, é claro, de várias aparições de luzes, gravetos pegando fogo, etc. O místico está sempre em busca de mistérios, e algo que possa encontrar Deus através de uma experiência direta e intuitiva.

3 - Heresia: você sabia que o mormonismo de Joseph Smith Jr. começou quando esse homem estava orando no meio do mato? Um anjo chamado Morôni se apresentou e...você sabe no que deu. "Bem, lugares assim costumam reunir pessoas voltadas ao misticismo, desprovidas de discernimento espiritual, sendo presas fáceis de espíritos enganadores e doutrinas de demônios (1 Tm 4.1; Gl 1.". (Ciro Sanches Zibordi).
Olhe esse relato de João Wesley, que ele escreveu em seu diário no dia 09 de maio de 1740, uma sexta-feira: "Uma parte dos domingos eu e meu irmão costumávamos passar passeando pelas campinas e cantando salmos. Mas um dia, justo quando estávamos começando a cantar, ele caiu na gargalhada. Perguntei-lhe se estava ficando louco; e fiquei muito irritado, e logo depois comecei a rir tão alto como ele. E não conseguíamos refrear-nos, apesar de quase nos despedaçarmos, porém fomos forçados a ir para casa sem cantar mais nada." Dias depois o fenômeno aconteceu na própria igreja, e Wesley relata. "Quarta-feira, 21 de maio de 1740: evidentemente estava convencido de que o riso era tão inútil que presumivelmente era demoníaco."

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